Confesso, fui fanzão do Sepultura . Fui?
Reconheço que não sabia que, para mim, a maior banda de rock
pesado brasileira de todos os tempos, chegou na casa dos trinta. Talvez, seja
porque conheci no início da década de 1990. Ou porquê me distanciei com a saída
do Max Cavalera. Coisa de fã. Foi difícil assimilar a entrada do Derrick no
vocal. E, fiquei ainda mais distante depois que o Igor, outro representante dos
Cavalera largou as baquetas do grupo. Vai ver, no meu sentimento de headbanger
juvenil o “verdadeiro” Sepultura acabou há uns bons pares de anos.
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Reprodução/Internet |
Na minha cabeça, o Sepultura nasceu com os (sim) toscos
tecnicamente Morbid Visions e Bestial Devastation. Mas, que já teria um dos
clássicos de todos os tempos Troops of Doom.
Daí vieram o Schizophrenia, com o seu começo a la Psicose e
depois a porradaria de To The Wall. E, depois, vem as quatro obras-primas do
grupo que nasceu em Belo Horizonte, evoluiu em São Paulo, e com a cara,
coragem e um inglês “basicão”, pôs a
cara no mundão exterior e ganhou moral. Reconhecimento.
O álbum Beneath the Remains foi o prenúncio do que viria. O
trash metal, dos monstros Metallica, Slayer, Anthrax e Megadeth, conheceria uns
brazilian boys que introduziam, talvez até sem noção da importância, novos
elementos ao estilo. Até hoje, ouço do começo ao fim. Inner Self,Mass Hypnosis, Stronger Than
Hate, fazem estragos na cabeça de um adolescente. Como eu. Que, na verdade, só
seria apresentado ao Sepultura no trabalho seguinte.
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Em 1991, o disco Arise alçou os caras a um patamar
internacional. De vez. Foi o primeiro CD que ouvi deles. Amor à primeira
ouvida. Igor, Max, Paulo e Andreas formavam um quarteto fantástico. E, aí sim
fui atrás de tudo o que veio até este trampo que começa com a música de mesmo
nome e termina com Orgasmatron (sei,sei, depende do país o cover do Motorhead
está ausente. Uma pena)
Duro mesmo foi por a banda para tocar de tarde no Rock in
Rio 2, com uma mixagem (?) de som horrível, tratamento dado aos músicos nacionais,
e, mesmo assim, a galera cantando a todo
vapor no Maracanã, fazendo roda de pogo, batendo cabeça, meio que a
fórceps abrindo espaço na “grande imprensa”tupiniquim. Pior mesmo foi o que
fizeram com o Lobão... deixa para lá.
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Dois anos depois, veio o que, para muitos, é o melhor do
Sepultura: Chaos AD. Geração MTV deve se lembrar do clipe com o cara
crucificado e tal. E dá-lhe clássicos: Refuse/Resist, Territory, Propaganda e,
Kaiowas ( se bem que acho que foi mais para gringo ouvir), entre as 12 faixas.Todas
muito bacanas. Lembro na época, que a mídia especializada de fora já comparava
os caras com os monstros citados há uns parágrafos acima. Turnê mundial e tudo
o mais. Conseguir fazer algo novo em um estilo em que inovar pode trazer sérios
riscos aos fãs e críticos não é fácil. Mas, eles fizeram.
Em 1996, veio o que,para a outra metade dos muitos, é o
melhor da banda brasileira: Roots. Nem sei se dá para dizer o estilo. Esse
negócio de rotular já era uma chatice na
época, acho que ainda hoje permanece. Mistura de metal,batucada, batida
resultou em algo único. Sei lá se para o bem ou para o mal.Mas,único.
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O último antes da saída de Max Cavalera. Várias teorias
sobre a sua saída (a principal, o fato da empresária da banda ter se tornado
mulher do vocal). Eu? Humildemente,acho que não conseguiram segurar a onda. E, quer saber? Talvez, nem eu.
Demorei um tempo para aceitar a banda sem o Max. Talvez
tenha contribuído bastante para a rejeição inicial que eu tinha do substituto.
Que, o tempo veio mostrar que parece ser um cara bacana, agüentou a barra de
entrar no lugar de um ídolo, e tocou o barco. Hoje, quase 20 anos depois, o
americano prova que não era só mais um rostinho bonito no mainstream
(brincadeira).
Pós-Roots, me desliguei. Ouvi o Against e ganhei de presente
o SepuNation. Musicalmente, a competência permanece. Mas, talvez tenha mudado
também. E, parece faltar alguma coisa. Nostalgia é uma coisa que entorpece, em
que o passado sempre é melhor.
Se você ouviu os trabalhos recentes do Sepultura e tenha
argumentos que me faça ir atrás da discografia pós 2000, fala aí. Temos dois
ouvidos e apenas uma boca né?
Como deu para perceber, me empolguei. Não queria escrever
tanto e agradeço a companhia se você ainda está por aqui.
Vou nessa, com o flash-back playlist Sepultura batendo na
minha cabeça. Junto com a minha mais importante e orgulhosa lembrança. O show
deles no Olympia, em São Paulo, em 1996. Um dos últimos com a formação que me fanzaço. Ainda lembro dos gritos de ‘Sepultura,
Sepultura!
Abraços
Abraços
No YouTube pode se matar um pouquinho da nostalgia.Como esse vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Gdvbqu0HKDU
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