Reinicio os trabalhos em prol dos direitos dos palpiteiros. A começar por Pelé
Texto publicado na edição de
sábado do jornal O Estado MS
Assim como cheque sem fundo,
ou campanhas na internet, eu voltei. Sei lá se é bom ou ruim, mas eis-me aqui.
Tal qual aquela pessoa que quando se aproxima da roda, os (muy) amigos começam
a cochichar “Ih, lá vem ele, disfarça, muda de assunto”, o mala chegou. Brincadeira,
sacola retornável está bom demais.
Poderia falar do que aconteceu
de bom e de ruim no esporte durante o meu aprazível recesso. Todavia, toda rua,
toda esquina, em todo lugar seria repetir o que foi dito, acessado, curtido,
escrito nestas semanas em que estive ausente deste nobre espaço. Esta tal
tecnologia esmiúça tuto, tuto! (Como diria os malucos do Mundo Canibal).
Também seria pretensão demais
abordar o cotidiano do esporte local. Superficial demais, mais até do que a
gloriosa média de 500 pagantes por jogo do grande campeonato sul-mato-grossense
de futebol profissional deste ano, número publicado em matéria publicada ontem neste jornal. Quem sabe, na
próxima calúnia, ops, coluna, esteja mais preparado para falar “estadualmente”.
Mas, que bom ainda vivermos em
uma democracia (eu acho). Se não, seriam censurados os palpites, pitacos, sugestões
dos milhões de técnicos-torcedores deste Brasil varonil. Portanto, vou versar um pouco sobre
eles. Como aqui não é Cuba (para o bem ou para o mal), vou falar mesmo. Não estou nem Yoani.
Já o Pelé... O melhor de todos
os tempos com a bola nos pés, e reconhecidamente esforçado atleta quando abre a
boca, inventou de sugerir à flor de formosura Luiz Felipe Scolari que
utilizasse a base do Corinthians na seleção e levou uma “elegante” resposta:
“acho que ele (o Rei) deve ter amigos no clube”.
Como assim, por quê tamanha
rustidez? Foi só um palpite. Ah, se fosse Dunga, o técnico, e o tratamento da
maioria da imprensa seria outro. Mas, como Scolari parece ser quase que uma
entidade, ficou parecendo que o Edson Arantes do Nascimento se passou por
fanfarrão.
E, sinceramente, não é bem
assim.Atire a primeira pedra quem gosta de futebol e nunca imaginou escalar uma seleção
ideal, ou mesmo os titulares no seu time de coração? É do costume brasileiro, quase
uma mania nacional como tirar sarro de argentino, com a benção de Francisco, ou
ir a casas lotéricas. Quer apostar?
Penso cá com o teclado em que
digito como se catando milho, se o Rei, que dispensa apresentações, recebe uma resposta
dessa, imagina o torcedor “comum”? Talvez, o técnico campeão do mundo de 2002
ficou ofendido de alguma forma ou se sentiu incomodado do tipo “não meta o dedo
no meu trabalho”. Vai ver. Mas, creio, não justifica.
A pressão de ser treinador da
seleção é muitas vezes comparada a de um governante. Mas, nos dois casos, o ocupante
do cargo está lá por vontade própria. Então, um pouco de fineza no trato com
todos, independentemente de ser majestade ou plebeu, não faz mal a ninguém.
Afinal, foi o próprio Luiz
Felipe, o Scolari, que ao voltar ao posto de comandante da equipe da CBF
disparou que, “se não quer pressão é melhor não jogar na seleção, vão trabalhar
no Banco do Brasil”. Ora, pois, que se prepare melhor para receber críticas e
sugestões.
Agora, concordar ou discordar
do palpite “pelezístico”, vai de cada um. Na minha seleção titular ideal, dificilmente
entraria algum jogador do elenco do técnico Tite. Talvez, o Paulinho. Se bem
que, para escrever a verdade, o treinador não seria nem o Felipão. Falei e pronto.
E a sua equipe? Já pensou nisso? Nem por uns segundos? Hum, desconfio que você
tenha amigos no Corinthians, no Fluminense, no Santos, no Real Madrid, no
Barcelona...
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