Cadê o Comercial, cadê o Operário? Chegou a vez dos ‘novos’?
Neste fim de semana começam as
quartas de final do Sul-Mato-Grossense. Sem Comercial ou Operário. Não é a primeira
vez que isto acontece, mas não deixa de ser triste ver que se torna cada vez
mais frequente.
Cene, fundado em Jardim há dez
anos e que mudou-se para Campo Grande, e Novoperário, criado em outubro de 2010,
são os representantes da Capital. Será que chegou a vez dos novatos? Vão
substituir o espaço ou preencher o vazio deixado pelo Colorado (70 anos), e
pelo Galo (74 anos)? É prematura a comparação, afinal o Comerário facilmente
levava mais de 10 mil torcedores e os novatos ainda não conseguem levar a
metade! A ascensão relâmpago do Novoperário será duradoura como às dos tradicionais
clubes?
Ainda há, ou seria sempre
haverá, os que são fieis à dupla Comerário. “Não existe essa de Novoperário!
Você torceria para um NovoFlamengo, um NovoCorinthians? Operário tem só um!”,
defende uma torcedora e amiga operariana. Pena os dirigentes destes clubes e da
federação não saber capitalizar esta paixão. “Sorte” dos emergentes Amarelão e
do recém-criado alvinegro da capital. Ou seria, competência?
A seleção do jeito que está me
dá três tipos de medo, diria o caboclo
Temos pouco mais de 15 meses
para a Copa do Mundo de 2014. E, confesso, quando penso na seleção dando o
pontapé inicial em, junho do ano que vem, na Arena superfaturada com dinheiro
público Itaquerão, me causa uma angústia. Ou melhor, como brincam os amigos
frente a uma situação espinhosa, dá uns três tipos de medo.
O primeiro Mundial que minha
memória conseguiu reter foi a de 1986, no México. E, em
nenhuma delas, nem a de 1990
com aquela modorrenta equipe de Sebastião Lazaroni, me
deixa tão desanimado quanto a
(des)montada primeiro por Mano Menezes, agora pelo
venerado por muitos Luiz Felipe
Scolari.
Passei da época de ser ufanista,
ufa! Talvez, fiquei cético demais, impaciente também.
Vem aì a Copa das Confederações,
e a dupla Felipão Parreira terá um tempo razoável para
treinar e fazer eu mudar de
ideia. O problema não é “só” a comissão técnica. Os jogadores também seguem
sendo uma incógnita. Hoje, você apontaria um brasileiro que pudesse resolver o
jogo em um lance? Um Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Ibrahimovic, Van
Persie, que seja.
A única certeza que tínhamos
está se tornando uma dúvida. Neymar está em uma fase que talvez só Freud poderia
decifrar. E, os demais, até que se esforçam, mas parece que não conseguem
decolar com a camisa pentacampeã. Safra ruim de jogadores? Falta de esquema
tático? Diante de Itália e
Rússia, a impressão era a de que, se eles precisassem realmente vencer, o
fariam. Do lado brasileiro, a recíproca não pareceu verdadeira.
Tudo bem, concordo que é
melhor enfrentar equipes fortes do que jogar bem com o Gabão, ou o Iraque. A diferença
era a de que, antes, todos os adversários nos respeitavam. Todos. Hoje,
perderam o respeito. A ponto de despontar como favoritos ao título a Espanha,
Alemanha, a Argentina... e o Brasil?
Dia desses um jornalista correspondente da
agência chinesa de notícias que mora em terras brasileiras foi questionado como
o chinês avalia o atual estágio da seleção verde e amarela. “Esta é a pior seleção
dos últimos 20 anos”. Rapaz, levei um susto. E, ao mesmo tempo fiquei
intrigado: será esta a imagem da nossa seleção no exterior? A que ponto
chegamos. Imagine na Copa. Imagina você. Pois, eu estou com medo de imaginar.
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