Única Garota da Orquestra faturou até Oscar. Mas, não sei
A Única Garota da Orquestra tem 35 minutos. Não precisa de mais, se é que você me entende. O ganhador do Oscar de Melhor Documentário Curta Metragem deste ano tem um quê de erudito. Mostra um pouco de Orin O’Brien, a primeira musicista mulher a integrar a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, em 1966.
Pelo que entendi, hoje a personagem da história – que já tem lá seus oitenta e poucos – é uma baita craque no contrabaixo. Só que isso na época era o de menos, como evidencia o documentário dirigido por Molly O’Brien . Sim, o sobrenome não é mera coincidência. A diretora é sobrinha da artista e foi quem deu aquela força para Orin falar sobre a sua trajetória.
O termo “aquela força” é real. A double bass (adorei o termo inglês para contrabaixistas) diz ter escolhido este instrumento por preferir fazer o trabalho formiguinha, sem desejo de ser protagonista.
Talvez seja reflexo das experiências vividas por sua mãe e seu pai, artistas de Hollywood e problema zero em ser o centro das atenções.
A Única Garota da Orquestra, óbvio, periga ser tedioso aos desacostumados por música clássica. Ou, não. Vale pelo registro histórico, pelas impressões machistas da época, o famoso Zubin Mehta foi lembrado.
O doc evita ir a fundo nessa questão. Busca focar mais no estilo sóbrio da musicista que durante as gravações estava de mudança de apartamento. E seu amor ao instrumento que agora a deixa bem mais conhecida, fruto da repercussão da produção cuja equipe é 100% de mulheres. O fato de poder ser visto na Netflix turbina ainda mais a bagaça.
Fora a parte musical, creio que o documentário deseja passar uma mensagem de desaceleração em relação ao ritmo frenéticos dos dias de hoje. Orin parece satisfeita com o que colheu, ainda hoje dá aulas e parece ser querida pelos aprendizes. Deixa pouca brecha sobre assuntos que não está a fim de abordar.
Aliás, devido ao seu estilo “deixa eu no meu canto’, alguns cravam que ela nem tava a fim de ganhar essa lembrança. Eu fico na dúvida. Isso iria contradizer a imagem determinada que acompanha O’Brien desde sua adolescência. Quando se esforçava tanto que seus dedos praticamente ficavam moídos.
A produção cumpre seu papel de apresentar uma figura histórica. Afinal, ela foi pioneira em uma orquestra cujo maestro era Leonard Bernstein, só pra ter uma ideia.
Porém, momento pitaco constrangedor: não sei se era para levar a estatueta pra casa. De todo modo, tire uma meia hora para escutar e conhecer o trabalho dela. Depois, teça suas conclusões e tal.
E, na boa, usei A Única Garota da Orquestra meio como subterfúgio para escrever. Das coisas que mais gosto de fazer e cujo desejo anda ralo como jamais fora me atingido. Então, sim, os parágrafos da vez foram também uma forma de esforço para espairar e tentar esquecer uns instantes dos problemas.
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Olha o trailer aí
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