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Mostrando postagens de 2025

Som da Sophie Thatcher é daquelas que não tem nada. De, mais

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Então, na real tava a juntar ré com cré para escrever sobre A Place To Bury Strangers. Nada a ver os estilos, eu sei. Porém, mudei de ideia, porque ás vezes assim as coisas são, e tropecei em Sophie Thatcher Sim, a estadunidense nascida em Chicago é uma das minhas personagens preferidas de Jaquetas Amarelas. Daí, meio em uma hora limbo, resolvi saber um pouquinho a mais e descobri que, além de atriz, Sophie também canta. Olha só, talvez tenha nada de mais. Você pode ouvir e considerar que é outras daquelas vozes femininas que entoam a voz como se tivesse falando baixinho em seu ouvido. Eu gosto. Vou me ater apenas à parte musical. Não conheço muito as atuações nas telas e a série ainda nem terminei a primeira temporada. Dito isso, a dica bem de boinha (eu acho) é o EP Pivot & Scrape , que saiu ano passado. Tentei descolar qual seria o tipo de música de Sophie, mas creio ter buscado errado. Só rola “musa do terror”, “cover tipo Mazzy Star” (aliás, curto esse som, hein), e referência...

Drama sul-coreano Uma Família Normal é dica "e se fosse com você"

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  Opa, foi meio de supetão assistir a Uma Família Normal. Tava a fim de ver algo da Sesc Digital, e tava lá, alguns com o selo “últimos dias”. Daí fui ao encontro desse longa sul-coreano lançado ano passado. O drama dirigido por Jin-Ho Hur tem quase duas horas e é baseado em livro do holandês Herman Koch chamado O Jantar (Het Diner, no original). Pelo que entendi em pesquisa basicona, a obra escrita já teve três versões (holandesa, estadunidense e italiana), antes desta em que se passa na Ásia, e levam o nome da publicação de Koch. No caso de Uma Família Normal, então, a sinopse lá da onde assisti diz assim: “A ocupação de Jae-wan (Sul Kyung-gu) como advogado inclui a defesa de assassinos. Seu irmão, Jae-gyu (Jang Dong-gun) é um médico religioso que constantemente coloca seus pacientes à frente de seus próprios interesses. Uma circunstância envolvendo seus filhos adolescentes testa a consciência dos irmãos.” O longa começa com uma discussão de trânsito que acaba bem mal. Há vítima ...

Meio arrastado, A Colheita é um microcosmo sobre mazelas

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  Assisti esses dias A Colheita. O nome é meio comum para filmes, esse é de 2024, dirigido pela grega Athina Rachel Tsangari, tem coprodução da Alemanha, Reino Unido e França, e leva o nome original Harvest. O longa tem pouco mais de duas horas e fiquei matutando motivos dos quais foi bem recebido por parte da crítica. Se ainda não assistiu, basicamente o filme se passa em uma região humilde, trata-se de um vilarejo de gente “simples”, que um dia tem de lidar com a presença de três invasores: dois homens e uma mulher. Narrado por Walt (Caleb Landry Jones), um dos moradores do local, A Colheita tem um ritmo que, de repente, é meio devagar de propósito. A comunidade tem ar conservador e é liderada pelo Mestre Kent (Harry Melling). Embora queira passar ambiente tranquilo, nota-se um clima tenso, em que sobretudo algumas mulheres se mostram incomodadas com o modus operandi. Athina Tsangari carrega em tons áridos, mesmo nas imagens da colheita propriamente dita, como em detalhes do barr...

Para não passar batido 126, cinco sons de Campo Grande

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Opa, e lá vamos nós com uma micro lembrança a mais um inverno de aniversário Campo Grande. Cento e vinte e seis anos de Campão, terrinha natal, outrora um deserto que, sei lá, geral adora dizer que não tem nada, mas ao seu modo me oferece estranho combo de tudo.  Sem mais delongas e vivas, vão aí as cinco músicas da vez. Nem são novas, apenas cairam no gosto deste que escreve de 2024 para cá e escutadas em falantes ou fones de ouvidos durante andadas campo-grandenses. Só pra seguir a linha do ano passado. Quiser relembrar a lista anterior clique aqui.  Este ano mais pocket. Foi mal. Porem, a intenção é nobre, pode acreditar E, bora lá. Como sempre a ordem é aleatória, sem ordem de preferência. LaBrysa - Irrita Perda dolorosa para o hip hop não só de Campão como para o MS. Rap do bom, das boas. Beca Rodrigues e Vozmecê – Brasileiro Só Beca já foi alvo de pitacos por aqui , e esse som ao vivo com a Vozmecê ficou bem de boinha. RED – Estelar Um rock bacana em mais um vocal femini...

Só vi agora, Harakiri serve em qualquer época

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 Só assisti agora, mais uma pérola indicada por um amigo que geralmente sugere coisas bem legais. Harakiri (Seppuku, no título original) é de 1962. Preto e branco, direção de Masaki Kobayashi. A história se passa em 1630, época do Japão feudal, entre samurais, ronis, shoguns e tais. Porém, o longa tem roteiro de Shinobu Hashimoto, é digno das melhores tragédias, reviravoltas que não deixam nada a dever a filmes bem mais recentes – também né, Harakiri tem seis décadas – e um lado social que cabe em qualquer oriente e ocidente. Prova disso é ter ganho o Prêmio do Júri do Festival de Cannes. Começa com um samurai na porta de um clã, Hanshiro Tsugomo (interpretado muito bem por Tatsuya Nakadai). Ele pede autorização para utilizar o terreno para cometer o harakiri – simploriamente, é um suicídio com ares de honraria em que a pessoa se mata ao cortar a barriga geralmente com uma espada. Os responsáveis pelo clã liderado pelo senhor Kageyu Saito (Hentâro Mikuni, que manda muito bem também...

Voltar ao Parque das Nações Indígenas com Vanessa da Mata de presente foi show

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  Fazia tempo que não ia a algum movimento no Parque das Nações Indígenas. Desde outubro, quando caí com o filhão lá na Batalha de Rap, na Concha Acústica Helena Meirelles. Quiser relembrar o pitaco daquela vez rima aqui . Dos shows maiores a seca era maior ainda. Novembro de 2023, com o Criolo. Tiver vontade de ler minhas impressões daquela hora clica aqui . Desse 17 de agosto não ia passar. Longe de ser um que acompanha seus passos de perto, mas o ânimo em ver Vanessa da Mata veio desde quando foi anunciado. Adivinha? A filhota logo mandou um, “eu também vou!”. Bora lá. Dessas coincidências, calhou de ser no mês de aniversário deste que escreve. Pois, o show da cantora/compositora mato-grossense meio que foi presente dela (da filha, que me deixou em modo open bar) e fechamento das poucas mas muito massa comemorações de 4.8 invernos. Ia dizer que nem mereço tudo isso mas periga vir um dããã. Então, vamos ao domingão no Parque. Posso levar umas vaias ao dizer que me surpreendi ...

Renan, Inquérito ao Vivo Corpo e Alma é das melhores coisas do rap BR deste ano

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Corpo e Alma. É o ao vivo  d e Renan Inquérito. Rap, hip-hop do bom. O show gravado dia 8 de maio em Sampa, terra desse rapper paulista, poeta e professor. Escrevi coisa dele ano passado e seu Abrakbça  . De lá para cá, passei a acompanhar. Corpo e Alma ao Vivo saiu agora nas plataformas. Pra quem curte rap é dica certa. Ficou bem bom. Em pouco mais de uma hora, a bordo de DJ Duh, Pop Black, Vih Mendes, Yandara e cia, a Inquérito revisita a obra muito bem acompanhado. Participações de Emicida, Ellen Oléria, Thaíde, GOG, Fernando Anitelli (O Teatro Mágico) , e Sérgio Vaz. Como o Mestre de Cerimônia cita várias vezes no palco do CCSP, “cê é loco!”. Baguio começa com Conexão Ancestral de introdução. O hip-hop é a internet a carvão, declara. Eu Só Peço a Deus dá o indício que o refino das participações das vozes femininas vai permear a exibição. Carrossel movido a Fernando Anitelli, vai na boa. Vou ficar sem elencar todas as faixas. Muito melhor é escutar. Ellen Oléria detona, né....

Só vi agora, Hannah Gadsby - Nanette, faz rir até não poder mais. E não pode mesmo

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Que pedrada é esse stand-up Nanette, de Hannah Gadsby. Fazia uma cara que não via este tipo de apresentação. Sei lá, de uns anos para cá me pareciam mais do mesmo. Ou, eu tava apenas saturado. Esta performance da comediante australiana – tá na Netflix – é diferente. Iria dizer que é outro patamar. Porém, talvez ficasse pre-tensão demais. Cheguei até Nanette por meio de um comentário que li no Substack (onde sou um fiasco pior do que sou nas redes em geral, mando bem mal). A pessoa respondia a um texto em que a autora meio que defendia o novo livro da Tati Bernardi. Daí, no comentário, a resposta veio acompanhada de que Nanette aborda criticamente essas ironias/sarcasmos utilizadas geralmente nestes textos que lidam com minorias, preconceitos, machismo e tais. Foram respostas de alto nível, sério. A responsável pelo post também assistiu ao stand-up da humorista australiana – hoje com 47 anos - e gostado muito. Assisti no fim de semana que passou. Antes, vi o trailer e nele meio que ante...

Só assisti agora, Silêncio Branco, da Ginga, ainda faz sentido. Muito

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  Silêncio Branco é o nome da apresentação de dança da Companhia Ginga. Ao que indica foi concebido há uns três, quatro anos, e só vi agora. Assistimos no Teatro Prosa, lá colado ao Horto Florestal que não anda lá essas coisas, mas, enfim, não é o foco dos pitacos da vez. Com os quilos de alimentos de entrada para ajudar o Mães da Favela, aguardamos de boa a hora de entrar na fila e escolher três assentos. Silêncio Branco é espetáculo intimista, certeiro. Em um lance meio da frente para trás, em setembro do ano passado, conferimos Rompendo Silêncios, lá no Glauce Rocha. Deixei registrado aqui no bloguinho também. Tiver vontade de ler clique aqui .  Fato é que a mensagem ou a questão imaginada pela equipe tem grau de acerto grande. Faz parte do projeto denominado Os Afetos dos Silêncios. É forte. As atuações sobre o palco provocam sensações desconfortantes, porém, necessárias.  A bordo de uma sonoplastia por vezes tragicamente sarcástica – com alusões musicais que “brincam...