Grupo Acaba mistura show Cabeza e corasom

 

O grupo Acaba - Blog do Kishô

Desta vez o desafio – um dos – é evitar ao máximo trocadilhos. Sábado que passou, dia 19, fui cair lá na Concha Acústica Helena Meirelles. Adoro muito o nome dado ao lugar. A Dama da Viola era, foi e é uma figura ímpar. Merece demais. Até arrisquei a escrever algo pensando nela, em 2013, e em 2020


Uia, 58 palavras digitadas e nada do assunto principal. O show do Acaba. Eles lançaram o “Cabeza de Vaca, Andarilho das Américas.”

A tarde/noite lá no Parque das Nações Indígenas estava bonita. Se não estava cheio, longe de estar vazio também. Em aproximadamente duas horas, o grupo mostra porque segue a encantar em sua estrada iniciada, acho eu, no fim dos anos 1960. Nem era nascido.



"Vamos começar, então..."


Capitaneado por Moacir Lacerda, provavelmente o Acaba é a expressão musical de Mato Grosso do Sul que mais entoa a preservação da natureza. E, das comunidades indígenas, por consequência. Ao microfone, Moacir levanta sem titubear a bandeira em prol dos povos originários. Convenhamos, fazer isso por estes corixos e camalotes de concretos deste Estado tem de ter muita moral. O pessoal só escutou, sem vaias, maior respeito. Apĺausos.


O período da pandemia também foi lembrado por eles. Perdas e danos. Ficar em casa ajudou no projeto. Ow, ao citar Domenico de Masi, e seu ócio criativo, sobe ainda mais de conceito, e breca pré-conceitos.


Costumo lembrar – esqueci quem disse, nos anos 90 - que é difícil eleger a melhor banda do Brasil. No bom humor, a maior era o Titãs, com nove integrantes. Sei, não, ao menos no último sabadão, o grupo de raiz pantaneira superou, hein?!

Os caras mandaram um ao vivo belíssimo. Tinha violão base, viola de sete cordas, violão, batera, percussão, baixo, berrante, participação especial na harpa – Fábio Kaida é monstro – e por aí vai. De uma energia que, ao mesmo tempo rola dançar ou, se preferir, contemplar.


"O cara da harpa"

Quando toca as conhecidas, o público – tem uma fiel velha guarda – apupa que é uma beleza. Vaca Tucura, Pássaro Branco, entre elas. Ow, nessas duas, fiquei emocionado. Sentadinho, lá em cima, só admirei, com a lua, linda, por testemunha.


O trabalho sobre Álvar Núñez Cabeza de Vaca, teve contribuição de Mario Sergio Lorenzetto, que foi uma das participações da noite. Zé Geral e Geraldo Espíndola também subiram ao palco e foram bacanas.

Teve um momento gospel… sei lá, Zé, Du uma destoada. Acho que era para aproveitar, espairar e beber alguma coisa. Pena que era meio longe para quem queria bebericar algo. Menos mal, economizei uns trocos.



Acaba de lado - Imagem: Blog do Kishô

Confesso, ainda não escutei a ópera-rock, assim chamada por Moacir Lacerda a obra recém-lançada. Se foi um chiste, me pegou. Caso o trabalho feito na raça, e que passou por três estúdios, tenha a mesma vitalidade apresentada no Parque, vale a pena adquirir.



Cabeza de Vaca – Andarilho das Américas é considerado por quem fez um trabalho gigante com canções sobre a trajetória do espanhol “primeiro branco que percorreu o Pantanal pelo Rio Paraguai”.


No show, cada faixa nova era acompanhada de breve explicação, como se fora alojá-la em contexto histórico. Passagens do Cabeza ao subir e descer o rio, o contato com os indígenas e suas diferentes etnias. A América tinha de ser América de Vaca, e não América do Sul, canta, com propriedade o grupo.

Bem, bem legal.



"América de Vaca"




Para quem entende ou acompanha o Acaba faz tempo, surpresa inexiste nesta produção. Um capricho. Conheço pouco, para variar. Se a memória evita me trair, vi eles pela primeira vez na década de 90. Somente de 2022 para cá comecei a escutar mais atentamente o trabalho pantaneiramente enraizado e, hoje, seus clássicos são figurinhas marcadas em minhas listas musicais.


Na exibição em Campo Grande, de estranho apenas o término. Eu e uma boa parte da plateia ficamos sem entender. Moacir chamou a próxima atração. E, achei que era mais uma participação. Só que não.


Galera do Acaba começou a desmontar os equipamentos, com o som do Creedence ao fundo, e… ué?! “Acabou?” Perguntei para uma família que estava ao meu lado? “Parece que sim?!”, respondeu a senhora, também meio sem jeito, bem como seus próximos.


Sem bis, sem um “tchau, valeu”. Apenas uns agradecimentos antes, bem antes.

“Vem aí, com música de boteco”, acho que foi isso que o Moacir dissera para na sequência iniciar o desmonte das coisas que ocupavam o palco.


Assim, do jeito que acabou... Ah, vai, só um trocadilho, de leve, porque já devem ter ouvido essa: quando o show tá no fim, o pessoal quer mais músicas, e grita, Acaba! Acaba! Acaba!, daí eles pensam: “puxa, nem gostam da gente.” E, vão embora.

Horrível, essa. Foi, mal.


Esse desfecho do show de sábado em nada tira a experiência músico-social-ambiental-e-tal que é o grupo Acaba. Espero revê-lo. Valeu demais.


Um pouco da minha visão - Blog do Kishô


É isso. Gostou?

- Quiser saber mais sobre o Cabeza de Vaca do grupo Acaba, o  link abaixo é interessante:


Moacir Lacerda lança álbum duplo com canções sobre a trajetória do espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca... clique aqui



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- Só mais uma coisinha

É sobre o post que veio antes desse

Olha só, como o público em tese é bem diferente, talvez chegue a poucos os meus agradecimentos.
Dez músicas para Campo Grande no modo aleatório”, foi disparado o mais lido desde que, com dor no coração, deixei de lado o Drugstore Kishô, e reativei este cantinho, em 12 de maio. O primeiro textinho que saiu por acá foi também em maio, só que em 2012, faz uma cara.



Brigadão mesmo, para as envolvidas, os envolvidos. Espantei com quanta gente (ainda) curte rock e rap nesta Cidade Morena. Subestimei. Estava errado, que massa. Na real, não esperava a baita recepção. Que bom que gostou, gostaram. 


Só para ficar claro: não ganho nem moedinha com o blog, quem sabe, um dia. 


Dá um trabalho. De boa, negócio é traficar cultura, informação, e tal. E, sobretudo, liberdade para destilar minhas groselhas. Era isso, valeu aos mais de cento e quarenta e tantos que leram a lista musical by Campão. Cada uma, cada um, importa bastante.


Abraço, se cuide.

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