Futebol de MS engata o modo formiguinha

Em MS, “periferia da bola”, Campeonato Estadual tem de ser a coisa séria. Também, praticamente é a única competição do futebol local.

Sobre o Sul-Mato-Grossense. Sei que vai soar chato, mas, sabe aquela coisa de que, quando você já experimentou coisa boa e agora tem de se contentar com o prato feito baratinho de procedência duvidosa?
Então. Vejo o esforço louvável em encher a boca e dizer que 2 mil e muitas pessoas foram ao Morenão ver Comercial, Operário. Que maravilha!

Hummm. Menos. Quem mandou ser de uma época em que a resenha jornalística lamentava “apenas” 9 mil torcedores em um Comerário. Nem vou relembrar aquela nostalgia dos tiozões (“o Morenão lotava, a Calógeras ficava engarrafada, e por aí vai). Aquele tempo bom soa como utopia nos dias de hoje. Que nem pobre andar de avião. Quem aproveitou, bem. Agora...rodoviária, voltamos.

Lógico, para o torcedor é menos desconfortável assistir ao jogo no Morenão, do que nas Moreninhas. Comparar o número de torcedores em ambos os locais soa meio como covardia.

Acho que, este ano, organizadores e torcedores estão naquela de se não tem outro jeito, vai tu mesmo. Uma corrente para a frente para ver se, quem sabe, chegamos a ter os nove mil. Depois, mais e mais. É, legal, mas devagar com o andor. O trabalho tem de ser formiguinha, para que a evolução crie uma base sólida, e não de cigarra como cronicamente acontece.

Campo Grande, quarta-feira, dia 1º, 20h: “Filho, hoje na televisão só tem esse jogo né?! Não tem outra TV que vai passar outro jogo?”. “Não, pai, é o jogo do Estadual (Sul-Mato-Grossense)”. Climão de resignação. Exemplo que ainda há muito por fazer.

Pelo Brasil, se estadual é “pré-temporada”,
para quê ingresso caro e estádio vazio?

A temporada 2017 do futebol começou no Brasil da mesma maneira de tantos outros anos. Pela porta dos fundos, meio que com vergonha. O pessoal ainda meio fora de forma. Aliás, interessante. Pessoal reclamava de que os jogadores tinham de ter mais tempo para descansar entre o fim do ano e o início do seguinte. Agora, com justiça, os profissionais têm mais dias de descanso, mas retornam aos campos como antes.

Como até eles admitem que não estão 100%, qual é o valor ideal para ver estas partidas? Seria injusto cobrar 100% do preço da entrada? Ou, tudo bem, o pessoal ainda tá meio enferrujado dentro de campo, vamos também cobrar uma entrada condizente com o espetáculo. Sei lá também se é justo falar em espetáculo. E, aí, quanto custa? Vale a pena? Estádios vazios.

Deixa esse lance de dinheiro para lá. Dentro de campo, a semana foi pródiga. No Rio, Flamengo e Fluminense fizeram a sua obrigação ao derrotar os coadjuvantes. O Botafogo, na Pré-Libertadores, viu sua torcida fazer bonito no Engenhão. Diante de um adversário de tradição, o Colo Colo chileno, e que está em meio de temporada, arrancou a vitória. O empate em Santiago é fogo.

Em Porto Alegre, o Grêmio e sua base afina os detalhes rumo à principal competição sul-americana. Do lado Internacional, a reconstrução com Antonio Carlos Zago à frente do elenco bastante diferente. Mas, colorado gaúcho, não se engane, bater a meta será retornar à Primeira Divisão. O que vier a partir daí é lucro.

Nas Minas Gerais, Mano Menezes dá indícios de que a Raposa vai dar trabalho. No Galo de Belo Horizonte, Roger põe a prova seu temperamento calmo em um clube que nos últimos anos ficou “mal-acostumado” às vitórias. Derrota em clássico, mesmo que seja na Primeira Liga, nunca é legal.
Porém, entretanto, estaduais cada vez mais tem cara de pré-temporada.  O desnível dos grandes diante dos pequenos é conhecido. E, nem muita euforia quando vence, tampouco cair na crítica fácil em caso de derrota.

E, parabéns ao Índio, citado na Lava Jato, ao Maia, citado na Lava Jato. MBL, Reaja Brasil, sindicatos, pão com mortadela, champanhe na rua, panelaços, mascarados. Onde estão? Devem estar todo bem, obrigado.

Abraço

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