Somos todos olímpicos. Agora, paraolímpicos...

*Texto meu publicado na edição de hoje (10) do jornal O Estado MS

Você tem acompanhado a Paraolimpíada? Perdeu a abertura, talvez mais emocionante do que a dos Jogos Olímpicos? Fique mal, não. Infelizmente você faz parte da maioria que acha que a televisão tem apenas um canal, ou mora em uma região que imagem da TV Brasil (sim, existe) não pega ou está tão ruim quanto aquele que não pode temer o seu nome invocado.

Sem coitadismos, longe de mim defender que Olimpíada e Paraolimpíada devem ser tratadas igualmente, com vários canais, sites, jornais transmitindo o dia a dia dos atletas, torcedores, e tal. Bolt, Phelps, Neymar, Djokovic, Bernardinho, Lochte e companhia, são estrelas, dão audiência e merecidamente atraem os holofotes de milhares por todos os cantos. Porém, Daniel Dias, Therezinha Guilhermina, Alan Fonteles merecem ser mais conhecidos do grande público. Assim como os Jogos Paraolímpicos. “Ah, mas essas coisas não dão audiência, não dão lucro. Televisão não é ONG para fazer caridade, tem de dar dinheiro”. Sim, e não.

Ao pé da letra, televisão é concessão pública. Ou seja, às vezes seria bom cumprir um papel cidadão. Até porque, propaganda em homenagem aos “exemplos de superação” pululam nas emissoras. A emissora NHK, lá do Japão, transmitiu a cerimônia.

Quando você faz um esporte, assiste a um filme ou a um seriado legal, escuta uma música que te faz sentir algo, geralmente dá a oportunidade para os outros também experimentarem. Vai que gostam, né?!  Perde-se uma ótima chance de apresentar ao grande público como funciona as modalidades adaptadas, que a preparação é séria, eles e elas ralam muito para chegarem até lá. Triste é tratar o paradesporto com este ar de “tadinho” ou de “exótico”. Não é circo. Aliás, muitos deles, quem sabe todos, levam na esportiva suas deficiências. Assim, como nós, reles “normais”, sabem quando o comentário é na maldade e quando é positivo. 

Como fazer isto quando é tosado o direito de conhecer. E olha que, neste caso, trata-se de uma coisa saudável, bem produzida, pois a transmissão paraolímpica joga para longe um possível argumento de que a geração de imagens é tosca. Aliás, o evento é tão desimportante que só 159 países estão representados nele. Que coisa, hein? Argumentos que, para mim, bastam para reivindicar um pouco mais de atenção. Pelo menos a cada quatro anos, já que mais do que isso é sonho. 

“Com Coquinho em campo, não tem placar em branco”. Agora, as peladas no céu ficarão mais divertidas. 

Abraço

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aluno com a camisa assinada pelos amigos é bem fim de ano

Dez músicas para Campo Grande no modo aleatório

Tem rap sem palavrão que é bom. Mas censurar palavrão do rap, não.