Chuva, atraso, cansaço... o último (?) MS Canta Brasil foi Irado

Campo Grande em ritmo de
Umbrella's fashion
Foto (?) Luciano Shakihama
Quem é das antigas ou não muito conhece aquele texto do ‘Como me f... em um show do Los Hermanos’ (se ainda não, joga aí para pesquisar na internet, é hilário).
Então, grosseiramente comparando (só para constar não tenho nada contra os caras), ontem (domingo), por algum tempo me lembrei da situação daquele personagem. Com as pernas e braços doloridos provocados por um mutirão familiar devido aos meus pais que estão de mudança (nunca subestime o peso de um armário, quanto mais de vários, geladeira, fogão, afins, e, principalmente, os degraus de uma sinuosa escada), encarei com muita coragem e perseverança a tarde/noite de lazer.
Afinal, não parecia, mas era meu dia de folga. E, movido também a obstinação de quem manda lá em casa (detalhe, o número aumentou para dois: tem a chefa e agora a chefinha), bora lá. Show do Ira! (êêêêê) e da Gabi Amarantos (êê), de graça são chances que não podem ser desperdiçadas.

Só não contava com a chuvarada de dar inveja à paulista que tomou conta do domingão. Mas, nem isto iria nos impedir! Umas latinhas, um suquinho de pêssego, uma latinha de Coca (que não vi direito e o cara meu vendeu a de Fanta), um saquinho de batata fritas, e uma garrafinha de água...põe tudo na sacolinha e partiu rumo ao Parque das Nações.

E dá-lhe chuva. É muita sorte, penso, justo no dia em que estou livre. Mas, nãããõ, lá vai a família, tempo ruim só lá fora. Chegando no parque, o mau tempo acaba.
Não acabou. Procuramos abrigo ao pé de uma árvore e, os inimigos da boa vontade pareciam agir: uma manga kamikaze quase atinge minha cabeça, meleca a minha costa, e, juro por alguma coisa, deu uma vontade de tacar de volta. Vai que eu acerto o galho que jogou este artefato.

Isto tudo e não era nem o começo das apresentações. Que atrasaram para variar. E, os teimosos, como eu, a patroa, o filhão e a filhinha, ainda tinha de agüentar o tiozinho no microfone, brincando: “Vocês querem que cancelem o show?” Ah, vai nessa.Cancela para ver...

E lá foi o Zé Pretim, o DJ Renato Tulux, e a gente esperando... O Danny Black, e a gente agüentando. O Danny Black, e a gente suportando, e Danny Black, e a gente já Red de impaciente. E, o Danny Black deu uns três obrigado, cinco valeu Campo Grande, dez “vocês estão me entendendo”, e não saía do palco. Cara, se é a primeira impressão é a que fica, o DB estava em uma noite, no mínimo, infeliz. “Tá chovendo aí?”, não, eu não mereço.

Voltou o DJ RT, que fez o que pôde naquela estrutura e público nada a ver com eletrônico. E, interessante, quando ele conseguia o heróico esforço de fazer o pessoal se soltar, cortavam ele para a próxima atração.

Aliás, Gabi Amarantos me surpreendeu. Patroa já curtia, patroinha adorou, e os mano filho e pai mais ou menos. Mas, ela é uma figura, e reconheço que soube levar numa boa a maioria da galera irada. Sabe-se lá o que aconteceu, mas a cantora paraense (“quem tem medo de chuva é tapioca, que desmancha”) se apresentou muito menos que o Black (nossa, nunca vou esquecer esta apresentação, que coisa). Pena.

E dá-lhe chuva. E dá-lhe “picoca” para a criançada, e guri com fome. Até que chegou o momento dane-se. Larga mão de sombrinha, guarda-chuva. Vamos que vamos encarar esta água e, rezando, para ninguém ficar gribado.

Deu certo, eu acho. Depois de uma chatice Olê, olê, olê, Ira! Ira!, Nasi, Escandurra e companhia mandaram o velho e famoso “Vocês estão prontos para curtir o rock and roll?!” Acho que foi isto que ele disse. Depois de umas quatro horas esperando, chuva, corpo doendo tudo quanto é lado, a memória passa longe da coerência.

E valeu a pena. Ouvir Dias de Luta com meu filhão, e ele gostando, e a filhota na carcunda (rindo à beça com o papai bobinho pulando), não tem preço. E, a plenos pulmões meu garoto cantando “Poxa, baralho, cadê o chocalho! Poxa, baralho, cadê o chocalho! ( o chocalho foi o que ele entendeu no início, entende?)” Amigos do lado e tal... Demais. 

Depois, os ânimos deram uma arrefecida. A fome dele bateu, o cansaço também. E o trato foi, depois de Envelheço na Cidade vamos embora. Clima de noite da seresta no ar com o pessoal cantando Feliz Aniversário. Mas, graças a minha companheira de fé, que me lembrou que faltava uma das antiga, esticamos uns cinco minutos. Núcleo Base! Faltava essa! Saca, aquela do “meu amor, eu sinto muito, muito, muito, mas vou indo”.
Missão cumprida: fomos antes do Bis. Parece que o Nasi deu uma baqueada, mas está tudo bem.
Tudo terminou em pizza (aquela de 12 pedaços por favor, cortesia do filhão)

E, já com saudade do MS Canta Brasil. O projeto do governo estadual (esqueceram de avisar a Gabi, que elogiou a prefeitura rsrsrs) que chegou à edição número 50.
Se vai ter ano que vem? Não sei, espero que sim. Campo Grande merece, com certeza (já falei sobre o MS Canta aqui ). Pena que, aqui, tem sempre um pessoal que parece torcer contra. E, são muito mais chatos que a chuva.

Bom, deixa acontecer. Ontem, valeu muito. Pois, quero viver meu presente e lembrar tudo depois...

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