Dica de Doc: American Factory (não) é um negócio da China em pleno EUA

Não vou mentir. Quis assistir American Factory quando soube que será ou foi (depende de quando você ler) indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Assim, concorrente do Democracia em Vertigem.

Lançado em agosto de 2019, o doc de quase duas horas - 1h55 - tem como pano de fundo a chegada de uma empresa chinesa aos Estados Unidos. Especificamente em Dayton, numa região que vivia da indústria automotiva (leia-se GM), até que a fábrica fechou as portas e deixou grande parte da população daquelas áreas sem trabalho. Até a vinda da firma asiática que produz vidros para carros.

O que se vê é choque de cultura explicitado nas relações trabalhistas. Embora o casal Steven Bognar e Julia Reichert afirme que a ideia não era pender para algum lado, e argumente para isso o fato de terem liberdade para filmar e gravar o presidente da empresa e outros chineses a dizer que os ianques são preguiçosos, por exemplo. Filmaram até na China. 

A questão da carga de trabalho, da votação para que o sindicato ganhe espaço, e da saudade de muitos quando no local funcionava uma empresa made in USA evidencia a predileção na hora da edição.

Isto não tira o mérito do American Factory. É muito bom. Muitas questões podem ser comparadas com outras regiões do mundo, principalmente sobre precarização do trabalho. E, o desafio de criar empregos frente a irreversível automação em tudo quanto é ramo. De lambuja, o casal Obama “encampou” o documentário. Um peso e tanto para qualquer produção.

Se é melhor que Democracia em Vertigem? Cara, não sei. A temática é diferente, Petra Costa optou por fazer um lance mais pessoal, a linguagem audiovisual bate forte principalmente porque óbvio é no Brasil, e tal. Tire suas próprias conclusões.

Sobre o Oscar, ficarei no muro pois não vi os demais concorrentes. Mas, sem ufanismo. Se American Factory vencer, o troféu estará em boas mãos.

Gostou? Qualquer coisa, escreva ou fale aí. Abraço





Comentários

  1. Deu uns problemas no post. Então, a quem possa interessar vai o anexo com as considerações de sempre.

    Spotify: Playlist do Kishô – As últimas cinco músicas (agora são 111) que salvei lá na lista são:

    I Am the Higway – Audioslave
    Born To Die – Lana Del Rey
    Summertime Sadness – Lana Del Rey
    Tonight Tonight – Smashing Pumpkins
    Samba Da Benção – Vinícius de Moraes

    Escute aí, ou não. Aceitamos críticas e sugestões.

    Abraço, novamente, porque nunca é demais.

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