Até o fim, Flamengo

Torcedores em Campo Grande-MS durante a final da Libertadores 2019 - Nilson Figueiredo/Jornal O Estado MS
O Flamengo não merecia perder. Ou melhor, sua gente, seu time. Neste sábado, 23 de novembro de 2019, enquanto os comandados de Jorge Jesus lutavam para sair do zero um, pensei muito nisso.
Uma das coisas fascinantes do futebol é deixar o tal merecimento no campo da subjetividade. Se  o troféu fosse para o River Plate de novo estaria em boas mãos. Só que este Flamengo carregava um peso bem maior que os seus 42 milhões de torcedores. Que seus 38 anos na fila.

O elenco precisava mostrar aos detratores o quanto é ridículo a agressividade para com o técnico português. Logo o brasileiro, que é visto como um povo hospitaleiro. Ainda é? Seus colegas de profissão, não todos, à beira do campo da xenofobia, passaram da hora de reconhecer o trabalho de JJ. Acredito que depois dessa, não passarão.

Os jogadores necessitavam trazer novamente a mística do “deixou chegar” e enterrar de vez o traumático “cheirinho” que assombrou e serviu de munição para o sarro dos rivais.
E, para os milhares de torcedores rubro-negros ou não, o título da América é um sopro, um alívio, válvula de escape mesmo, para um ano que machucou e machuca muito o povo.

Na sexta ou quinta-feira, não lembro bem, funcionário do mercado aqui perto de casa ensaiou uma conversa acerca da final. Mesmo não sendo flamenguista, disse que iria torcer contra os argentinos. Sei... Respondi apenas, “vamos ver né, o que vai acontecer”. Ele prosseguiu com o “Ah, mas também para a gente não muda nada”. Essas frases feitas... “Cara, pelo menos traz alegria”, disse eu. Concordou, eu acho. É isso, alegria. Não só o futebol, geral tá carrancuda muito acima da média, de mal com a vida em nível hard e descamba para ataques cegos de tudo quanto é jeito. Hora de abrir os olhos. A mente.

Volto ao jogo no Peru e confesso que a esperança resistia. Porém, sem ver nada animador no horizonte no primeiro e parte do segundo tempo, o medo, a decepção, o desalento ganhavam terreno.
Até que uma cena me deixou confuso. O técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, virou para os torcedores do time e fez gestos para que eles incentivassem a equipe. “Eita, como assim? Será que ele está vendo que seus jogadores precisam de uma força? É medo de algo?”. Foi meio que a senha para notar o quanto tenso estava os então campeões da competição de clubes mais emocionante do mundo.

Se portaram bravamente os vindos de Buenos Aires. Porém, é difícil travar essa equipe do Flamengo o duelo inteiro. Uma hora os caras cansam. Dão margem para o erro. E, eis que depois dos 40 do segundo tempo, Gabriel que era figura nula deu o ar da graça. Ao lado de Arrascaeta e Bruno Henrique, o trio mais goleador do Brasil no ano funcionou. Aí o resto todo mundo já sabe. E pensar que mentalmente pedi a substituição dele já no intervalo. Jesus sabe o que faz. Gallardo, talvez tenha cometido um pecado capital no gramado do Monumental de Lima. Colocar o Pratto no fim do jogo fez o treinador receber críticas indigestas.

Ao Flamengo restou saborear. O choro é livre. Chore, comemore. Demais. Parabéns Nação. Mister, Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Gerson, Arão, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique, Gabigol. E demais envolvidos. Depois de 1981, agora 2019 vai ficar marcado na história.

Questionado logo depois do jogo, Everton Ribeiro, o capitão rubro-negro, revelou que as palavras de ordem no elenco é lutar até o fim.

Abraço

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