Dica para quando tiver uma hora. E quatro minutos. Amor e Dor, do Bêbados Habilidosos

Reprodução 

Sei lá, já fazem quase dois meses que os caras lançaram o trampo em show aqui em Campo Grande e tal. Pessoal falou que foi bom e emocionante. Perdi.
Para quem ainda não sabe, Amor e Dor é o trabalho mais recente da Bêbados Habilidosos. Na modesta opinião deste que escreve, a melhor banda de blues por estas bandas. 
E, ouso dizer (como se fosse grande coisa), das melhores do país. Aliás, blues e Campo Grande é uma união interessante que já dura um tempaço. Deveria ser melhor estudado. Acompanhado de repente de uma boa bebida (ou nem tanto) e rodeado de uns bons amigos, quem sabe.

E se você nunca teve um dia de cão, se nunca bebeu para fugir da solidão, você nunca vai saber o que é o blues. É o que fala um trecho de Você Nunca Vai Saber o Que É o Blues.  E, tem muito mais dessas sabedorias. Seja de bar ou não.

Se você não sabe (acho que sim, mas vamos lá), Amor e Dor é um disco póstumo. Uma homenagem ao vocalista Renato Fernandes, falecido em 2015. Havia umas músicas gravadas meio que despretensiosamente com o Renatão a cantar tudo de primeira. Sem mixagem, sem regular o áudio. Puts, chegaram a conclusão que mesmo assim estava bom para baralho. Renato cantava e compunha muito.

Daí veio a ideia de lançar o cd com a emoção de lembrar do amigo, o da família Bêbados e tal. E, o resultado está aí em 14 músicas. Algumas conhecidas, outras inéditas. Sempre com o estilo que marcou a banda. Se você vier com um viés muito certinho, melhor deixar quieto.
Facebook/Reprodução

Um exemplo: Mulheres, grana e uma porrada de bebida são as três melhores coisas dessa vida.
Calma, Sereia, “meu corpo é um barco à deriva no teu mar de sedução que naufraga nas ondas do teu coração”.

E mais ou menos por aí navegam as faixas do álbum. Feito na raça mesmo. Sem apoio de governo.  Por isso a demora na gestação. Independente. Daí semana em semana consulto diários oficiais de MS e vejo lá uma pá de R$ 20 mil, R$ 80 mil para cada apresentação cultural de gosto duvidoso... Mas, o resultado nem precisa de exame de dna etílico-habilidoso. 
É a cara deles.

O Bêbados já vai para uns 25 anos, é conhecido Brasil afora, precisava ser tratado com mais Amor.  E, pensar que a primeira vez que vi ainda era Blues Band em um evento no estacionamento do shopping, lá na década de 90, aqui em Campão. Atração principal era o U2 Cover. Quem sabe outra hora a gente relembra melhor este “festival” que teve três dias (bons tempos).  Depois, já facultativo (é quem faz faculdade segundo declaração folclórica de um jogador de futebol proferida há uma pá de anos), os caras estavam lá no palco do lendário Sucão, perto da UFMS, que fechou as portas e deu lugar a coisas como sede de sindicato de agente de segurança, subway e coisas assim.

Tranquilo, chega de chororô. Enche o copo e vamos aí Caindo pelas Tabelas. Atualmente os Bêbados são o vocalista Álvaro Vasques, guitarrista Rodrigo Paiva, baterista Erik Artioli, Júlio Belluci, no sax, e pelo baixista Marcelo Rezende. Este último, parceiro de redação há mais ou menos um ano e com quem tenho prazer de aprender muita coisa sobre música, cinema e afins. Me passou este link faz mais de mês e me contou muitas coisas sobre como rolou a ideia e a confecção do disco (já pensou se daqui a pouco rola um vinil? Iria ser bacana!). Que trampo em todos os sentidos, mas com a sensação de fazer com emoção e satisfação.

Um brinde aos envolvidos pela iniciativa. Um não, um montão. De preferência naquele botequim que lá, “eles vendem cerveja fiada para mim”, como cantou Renato na sei lá, cômica-intelectual (difícil denominar sobriamente esta faixa) que manda um pensamento Charles Bukoswski. Em Blueskowski.
Eu não quero nem saber se você crê em amor eterno, eu só quero que você saiba que às vezes vou ser o teu céu e às vezes o teu inferno. É ou não é O Cara?

* E aí, curtiu?! Diga aí o que achou e tal. E, se puder, apoie financeiramente o nosso trabalho. PIX é lucianoshakihama@gmail.com 
Abraço
*Editado em 16 de julho de 2024


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