Futebol perde espaço fora do país. Dentro dele...

*Texto publicado na edição de sábado (28) no jornal O Estado MS

A mellhor jogadora de handebol do mundo é
brasileira. Duda Amorim, catarinense, que atua em
clube da Hungria. Fruto da boa fase do esporte,
principalmente entre as mulheres, em que a seleção
nacional é a atual campeã mundial.

No vôlei de praia, em que figura entre as tops a
sul-mato-grossense Talita, e de quadra, o país segue
entre os quatro melhores. Mesmo com os problemas de
patrocínios que envolveram a Confederação Brasileira
e o Banco do Brasil.

O judô também faz um trabalho louvável. Medalhas
em profusão em todas as faixas etárias e a expectativa
de um belo horizonte pelo menos até os Jogos
Olímpicos de 2016. Para 2020, quem sabe não teremos
nomes revelados em nosso Estado.

Na lista, três esportes que quase sempre
passam à margem do grande público, de potenciais
patrocinadores, e sobrevive muito pelos esforços dos
atletas, pai e mãe dos talentos, técnicos, e, pelo apoio
(muitas vezes apenas pontual) do poder público.
A diferença, talvez, esteja na melhor organização,
planejamento, ou, na pior das hipóteses, a habilidade
da atual geração. Vai saber se após o surto Rio-2016,
tudo volta à estaca zero. Pessimismo e ceticismo nestas
horas caminham juntos. Não é?!
Mas o assunto desta coluna é o presente. E atualmente,
fora do país, no esporte a satisfação vem das quadras, dos
tatames, até do surfe, e passa longe da “alegria do povo”.

Quando após os jogos das
oitavas de final da Liga dos
Campeões da Europa, não há
pelo menos um reles brasileiro
se destacando, você tem de
acender o sinal de alerta.
Quando os melhores jogadores
que atuam dentro do território
nacional atraem interesses
apenas dos desenvolvidos e
importantes polos do futebol
como o Oriente Médio, a China
e os Estados Unidos, confesso,
rola uma certa depressão.

Aí, durante a semana,
o clube e a segunda maior
torcida do país, campeão da
Libertadores e Mundial há
menos de três, comemora a
permanência de Jadson (que
na Europa, conseguiu relativo sucesso na retumbante
e resistente Ucrânia). Para quem teve Tevez, Ronaldo,
convenhamos que a situação atual é periclitante.

Eis que você olha para ver se o futuro vem das
categorias de base. Porém, lembra que no Sul-Americano
sub-20, o time não cantou de Gallo, colecionou resultados
como os três a zero sofridos diante da Colômbia, e
terminou na glorificante quarta colocação.
Tu olhas para ver se, de repente, do banco de reservas,
algum técnico tupiniqum esteja em clubes de ponta no
exterior. Zico na Índia, Cuca na China...E, por aqui, os
mesmos Muricy, Tite, Luxemburgo, Dunga, neste rodízio
sem fim. Sem novidades.

Suspira e acredita que, talvez, o sopro de inspiração
venha dos clubes. Entretanto, os cartolas mais
preocupados em salvar as suas peles, priorizam pressionar
o governo federal para aliviarem as dívidas dos times.
Em forma de suaves e parcelas a perder de vista. De
preferência, sem obrigação de ter de prestar contas. Falar
da CBF e das federações...murro em ponta de faca.

Puxa, mas é preciso apoiar, ir ao estádio. Tudo bem,
esqueça que a qualidade hoje em dia não é de encher os
olhos, vamos torcer, apoiar... Porém, se você lembrar da
falta de segurança, do possível flanelinha, de não saber
se poderá entrar no estádio. Afinal, dá para chamar de
estádio? Se for de ônibus, boa sorte, sobretudo se o jogo
for à noite em horário que faça você sair em desabalada
carreira para não perder o busão.

O mais legal é você se programar para ir ver o jogo e
aos 45 minutos dos segundo tempo a federação mudar o
horário. #se viratorcedor. Esta deve ser a hashtag (ainda

prefiro dizer jogo da velha) do futebol brasileiro.

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