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Só vi agora, Persona, quando duas mulheres dão show de interpretação

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Momento Só Assisti Agora vem em preto e branco. Antigão mesmo. Persona, dirigido por Ingmar Bergman. Aliás, coincidência, neste mês de julho o sueco completaria 107 anos de vida. Ou, no próximo dia 30 serão 18 anos da morte do cineasta que faleceu aos 89. Para muita gente o melhor trabalho do diretor, Persona é de 1966, tem menos de uma hora e meia, e é daqueles longas que ou vai gostar muito, ficar a pensar nele, ou nem chega ao final. Sempre tropeçava em alguma imagem ou cena do filme, daí um conhecido que manja de cinema postou algo alusivo no Instagram. Perguntei se era mesmo o do Bergman ou o foi só coincidência o nome do longa. Positivo. “Eu sou meio suspeito para falar pois ele é facilmente o meu filme favorito kkkk”. Caraca! Depois dessa, bora lá assistir. Aqui no Brasil, parece que o nome do filme veio com um complemento. Considerei meio desnecessário. Persona é quase como uma peça teatral em sua maior parte. Na história, a atriz Elisabeth Vogler, interpretada por Liv Ullmann,...

Round 6 fecha com ingredientes certos para agradar geral. E, não somos cavalos

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Depois da terceira temporada com cara de final da segunda, Round 6, ou Jogo do Lula - traduçao de Squid Game - como convencionamos a chamar lá na goma, a esperança é a de que já deu, né. Foi bom, e, deixa assim, sem mais sequências. Atenção, pode ter, sem querer querendo, alguns spoilers. Tudo que escrever por aqui certamente você leu ou ouviu por aí. Erradamente, deixarei minhas groselhas registradas pelo direito deste espaço ser um… blog. A série sul-coreana da Netflix, creio, nem precisa de sinopse e tal. Os seis derradeiros episódios saíram há poucas semanas e foi uma das bagaças mais vistas no streaming mundo afora. Squid Games (título em inglês) tem como enredo principal o Seong Gi-hun, cara que vive no perrengue, divorciado, e que curte jogos de tudo quanto é jeito. Inclusive corrida de cavalos. Por outro lado, ama a filha e faz de tudo para ficar com ela. Daí, com uma porrada de dívidas, topa encarar essa gincana mortal, junto com mais 455 pessoas. Quem sobrevive ganha muita, m...

Lambrini Girls é das melhores coisas punk rock dos últimos anos

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  Tinha a impressão de ter escutado o som das minas da Lambrini Girls em algum filme, série ou coisa parecida. Cujo nome da música (e letra) chamava atenção: Big Dick Energy .  Pego o gancho que a banda liderada pela dupla Phoebe Lunny (guitarra e vocal), e Lilly Macieira (baixo e backing vocal), lançou álbum este ano para deixar registrado por aqui esta porrada de energia movida a atitude em bater de frente com a clara dominância machista desde sempre. Who Let The Dogs Out , se bobear, é ou será das melhores coisas punk rock do ano. Onze músicas, meia hora, que começa com Bad Apple. Racial statues are a virtue  - Estátuas raciais são uma virtude Lick the boots and cuffs that hold you - Lamba as botas e os punhos que te prendem Heavy arms, direct commands - Armas pesadas, comandos diretos Protect and serve, point and shoot - Proteja e sirva, aponte e atire A Lambrini – que vem de Lambrini Perry e segundo Lilly é nome de “vinho de banheiro para vag...

Dos anos 70, animação Planeta Fantástico é um achado artístico

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  Esses algoritmos às vezes dão bom. Instiguei a assistir Planeta Fantástico por ao menos duas razões. É uma animação, e com chamariz de, em 1973, receber o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Cannes. Daí calhou dele ter pouquinho mais de uma hora (72 minutos para ser exato), e, beleza!, caiu perfeito para ver qualé que é antes de esboçar a janta do domingão. De quebra, em instante raro como alinhamento dos planetas, meus críticos preferidos toparam ver o longa. No momento Só Assisti Agora da vez, La Planète Sauvage (título original), é ficção científica com ares filosofais, sociais, e muito, muito acurado na parte artística-criativa. Vai fundo no psicodélico, lisérgico, e tal. Ainda mais se levar em conta que foi produzida há 52 anos. Eu nem tava nos planos de vir a este mundo. Ao passo de que os principais responsáveis por esta obra atemporal não estão mais por aqui. A animação coproduzida entre França e a então Tchecoslováquia (hoje dividida em República Checa e a E...

Se pensa que Pacarrete é ‘só’ comédia, você dança

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Admiro Marcélia Cartaxo. Tudo bem, com um atraso de uns quatro anos, parei para assistir Pacarrete. Admito, um pouco por causa do “tem tanta coisa na lista” que tu vai deixando,  deixando... Outro pouco foi devido a não ter tido acesso antes. Aliás, Marcélia também está em produção bem mais recente: Lispectorante. Torcer para aparecer em alguma telona de Campão. Ou, vai, em algum streaming da vida sem muita demora. Curioso para assistir.   Pacarrete, se desconhece ou deseja relembrar, é de 2019, 2020. Cartaxo ganhou uma pá de prêmios por sua interpretação. No longa do diretor Allan Deberton, cearense nascido em Russas, ela protagoniza Pacarrete. Pego a sinopse lá da Wikipédia   pois achei certeira.  “É uma bailarina incomum que vive em Russas, no interior do Ceará. Na véspera da festa de 200 anos da cidade, decide fazer uma apresentação de dança, como presente para o povo. Mas parece que ninguém se importa.” A comédia de quase uma hora e quarenta minutos é ...

Califórnia e os anos 80 não foram tão perdidos assim

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Tropecei nesse filme depois de um post no Instagram . Há uns quatro meses, por aí. Califórnia, com C mesmo. O com K ( Kalifornia ) é bem mais conhecido, com Brad Pitt, Juliette Lewis e tal. E, mais antigo, de 1993. O do momento Só Assisti Agora é brasileiro, dirigido por Marina Person, e saiu no fim de 2015, parece. Porém, ele é ambientado maomeno nos anos 1980 e em Sampa. O longa de hora e meia é de boinha. Já a maioria das músicas da trilha sonora  dá uma bela playlist, cai como uma luva para o quarentão (e mais uns quebrados) que escreve as groselhas por aqui. Cara, quando logo no começo do filme entra Joy Division é apelação. Depois tem mais coisas (Bowie, Cocteau Twins, Siouxsie And The Banshees).  Não sei você, eu fico tentando lembrar o nome da música enquanto passa na cena. Marina Person fez parte dos primórdios e da fase de ouro da MTV Brasil. Talvez por essa razão, quem viveu a época vai lembrar ou associar a pegada da edição, músicas, ideias e tal. Pra variar optei ...

Só vi agora, difícil ficar indiferente ao Transtorno Explosivo

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  Transtorno Explosivo é daqueles filmes difíceis de vários jeitos. Ponto pacífico é a atuação de Helena Zengel. Destruidora, na época, com 11 anos. Filme alemão, de 2019, dirigido por Nora Fingscheidt, ganhou tudo quanto foi prêmio na época de seu lançamento no país de origem. E foi a indicação germânica para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Pois é, só fui saber disso no fim de semana, depois de passar umas duas horas e mais uns bons minutos a processar a pedrada. Sobretudo para quem tem gente bem mais nova que você para dar conta. Zengel, hoje com 17 anos, é Benni. Garota de nove anos que, momento sinopse, “já se tornou o que os serviços de proteção infantil chamam de ‘destruidora de sistemas’ e não pensa em mudar. Ela tem um único objetivo: voltar para casa e ficar ao lado de sua mãe”. Tropecei no System Crasher (título em inglês, no alemão é Systemsprenger), pelo Sesc Digital. Baixei o aplicativo faz menos de semana. É de grátis e tem coisas legais por lá. No c...