Foi mera coincidência, só vi agora - filme NO

Reprodução/Internet

Olha, juro que não tem nada a ver com o que vivemos hoje neste Brasil varonil. Mas, fazer o quê, só vi agora, e acaba sendo difícil não estabelecer alguma relação. O filme “No”, lançado em 2012, dirigido por Pablo Larraín, e com Gael García Bernal de personagem principal, são daquelas produções que podem ser tachadas de “panfletárias” para uns.

Pode ser. Mas, eu recomendo. Nem se for para falar mal. O longa é baseado no fim da ditadura chilena. Para fazer uma média com a opinião internacional, o general Pinochet convocou um plebiscito. O ano: 1988. Aos que querem que o seu governo continue por mais oito anos, que votem Sí. Aos que querem o fim de sua gestão o mais rápido possível, que votem No.

Daí que, René Saavedra (Gael), um publicitário bem de vida, meio que de paraqueda acaba ajudando a campanha pelo No.  Sem muita grana, o pessoal contra a ditadura apela para a criatividade para angariar votos e tal.

E eu nem sabia que a produção chilena foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2013. Na verdade, tinha ouvido falar na época. Mas, depois esqueci e a memória só foi refrescada pela patroa que já tinha visto o filme e gravou ele do canal Arte 1. 

Tem muita coisa interessante no longa-metragem. Você pode questionar os motivos que levaram Saavedra a encarar a até então missão quixotesca, curtir o fato do filme ter sido gravado em Umatic, a boa ambientação de época. Entre as coisas que fiquei pensando é a de que o rumo das campanhas publicitárias tomaram caminho inverso ao que defendiam.

Enquanto o pessoal do Pinochet, dito capitalista e liberal, optou por uma campanha conservadora, bem oficialesca, “estatal“, na televisão, a galera do No, taxada de comunista, apostou em uma linguagem “prá frente”, tipo a juventude é uma banda em uma propaganda de refrigerante.


Concorda?

Abraço

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