Cinco meses do 7 a 1, mudou ‘tanta’ coisa
A próxima segunda-feira, dia 8, vai marcar cinco meses do
inesquecível 7 a 1. Olha só, para quem curte: 7 + 1 = 8, número que significa
ou representa o infinito. Não te representa? Tudo bem, nem sei porquê fiz esta
conta ridícula. Aliás, até hoje, ninguém sabe muito bem o que aconteceu.
Pensando bem, pouca coisa ocorreu daquele dia em diante no futebol brasileiro.
A “indignação” não passou de alguns dias, talvez, uma
semana. A CBF fez uma faxina na comissão técnica, deu tchau para Felipão,
Parreira e companhia, trouxe o “novo” Dunga. Que venceu todos os seis amistosos
e, pronto, óóóóhhh! Marin, Del Nero e seus seguidores já alardeiam a volta do
prestígio nacional no futebol mundial. Seria até uma boa piada, se não fosse
dito com seriedade.
A “reconstrução” pedida no futebol tupiniquim pós-Copa não
passou da porta. Até parece o tal legado. Você sabia que, findado o Mundial,
nenhuma obra de grande porte planejada para ficar pronta para receber o torneio
da Fifa foi inaugurada? Lembrei do taxista de Cuiabá, alguns meses antes da
cidade receber os quatro jogos da competição: “O que não ficar pronto até lá,
não fica mais”. Taxista Nostradamus, vai vendo.
A festa foi boa, bonita, rendeu alguns milhões de reais.
Mas, e agora, José? Os amigos se foram, a conta não.
E, a temporada do futebol brasileiro que se encerra amanhã?
Salvo o título merecido do Cruzeiro dentro de campo, e os feitos heroicos do
Atlético-MG no mata-mata da Copa do Brasil, o que sobrou? Pouco, muito pouco.
Para não dizer que só falamos da CBF e (más) companhias, o
que dizer dos clubes? Incensados pelo bom trabalho premiados com conquistas, os
cartolas de Atlético-MG e Cruzeiro deram um show na organização das finais da
Copa do Brasil. Dificilmente se viu tanto desejo de usar a paixão do torcedor
para lucrar.
O que tinha tudo para ser dois jogos com estádios cheios, uma
chance de promover uma campanha pacífica entre cruzeirenses e atleticanos, foi
se transformando em um anticlímax. No jogo da ida, o Galo Mineiro praticamente
tirou a vontade da torcida rival de ir ao Independência, e ainda, agraciou a
sua Massa com ingressos de valores Black Friday: R$500, R$ 600, até R$ 1 mil.
Na volta, foi a vez da direção da Raposa dificultar ao
máximo a ida dos rivais ao Mineirão e, claro, jogar os preços das entradas lá
nas alturas, pertinho do Cruzeiro do Sul. Resultado: um trem de cadeiras vazias
e média de público de 29 mil pagantes, a sexta pior entre as 26 decisões do
torneio nacional. Enquanto isso, gol da Alemanha.
E, no Brasileirão, mais decepção. Sem os clássicos regionais
da última rodada, voltou a velha e famosa suspeita de mala branca, mala preta,
entrega... que mala de assunto. Aliás, contêiner. A vergonha, pelo menos para
mim, não para por aí. Dois jogos no mesmo dia na mesma cidade, sem chance.
Mesmo que o município em questão seja só o mais importante do país.
Dizem que é
por questão de segurança, sabe como é, né, evitar que os torcedores rivais (no
caso Corinthians e Palmeiras), se encontrem. Se for só por isso mesmo, passou
da hora do verdadeiro torcedor cobrar do governo estadual a segurança que ele
deveria ter ao pagar os impostos. Ao invés disso, medidas como essa só deixam
os pseudotorcedores mais inflados: “Tá vendo?! Os caras mudaram o jogo com medo
da gente quebrar tudo!”. Triste.
Interessante também é que a tabela do campeonato foi feita
no começo do ano. CBF, clubes, televisão, os principais interessados na
competição não se atentaram a isso. Custava ter mais atenção a estes detalhes
tão pequenos, que são coisas muito grandes para esquecer (parece qual música,
maestro?!). Se o medo vence, bastaria apenas marcar um dos jogos com mando de
campo fora da cidade.
Mas para que facilitar se você pode dificultar? Enquanto
isso, mais um gol da Alemanha.
E, para fechar com chave de ouro, senhor José Maria Marin,
em nome da entidade que toma conta do futebol brasileiro, felicita o retorno do
Eurico Miranda ao comando do Vasco da Gama. Dá uma vontade de gritar: Abandonar
embarcação!
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