Cruyff tem sorte de não ser brasileiro
*Texto meu publicado na edição de sábado (26) do jornal O Estado de MS Ainda bem que Johan Cruyff não é brasileiro. Sério, o holandês campeão europeu de clubes como jogador e técnico, cérebro de uma seleção intitulada Laranja Mecânica que, até quem não viveu a época (como este que escreve), entrou para a história por um estilo único, vistoso e até hoje inimitável, seria visto com um certo desdém. O motivo: não ganhou uma Copa. Chegou perto, foi vice em 1974. E, como bem sabem os vascaínos, o também cruzmaltino tricampeão de Fórmula 1, Nelson Piquet, sintetizou este sentimento: “o segundo é o primeiro perdedor”. Pior para Zico, quem sabe se nascesse nos Países Baixos teria sua condição de ídolo elevada ao nível que merece. Mas, paciência. O craque, técnico e, por último, comentarista de opiniões fortes, Cruyff fará falta no campo das ideias, das posições, do ataque ao lugar- -comum, sem que isto seja visto como um convite à violência gratuita ou à raiva ignorante e mimada, ho...